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Letras de músicas - letra de música - letra da música - letras e cifras - letras traduzidas - letra traduzida - lyrics - paroles - lyric - canciones - FARROUPILHA DE GUERRA - ELTON SALDANHA - música e letra

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Farroupilha de Guerra letra


Está de volta a bandeira as três cores da minha pátria
Que o povo do sul idolatra no tendão dessas coxilhas
Quando uma gana me enforquilha eu vou engraxando os arreio
Se formou um tempo feio com os mesmos calaveras
Por isso sigo essa bandeira no Sol dos livres onde ela brilha

Meu parador, é um rancho de barro erguido na beira da sanga
Rodeado de sina a sina, guajuvira, japecanga
Onde os recuerdos da guerra voltam que nem bois de canga
E nos vintes de setembro se retempera a minha raça
E a chama dos farroupilhas me ilumina a carcaça
Pode passar mais cem anos que a nossa glória não passa
Pois bordamos nossas divisas sempre abaixo de fumaça!

Esse meu pangaré lombo de cerro, foi presente dum carroceiro
Tapado de mosca e sarna é mais que meu companheiro
Basteriado e às vezes manco, relinchando no potreiro
Mas fica de oreia em pé quando escuta o entrevero
Tem uma mancha no beiço e coiceiro que é uma praga
Tem o nome de farrapa e pros pila é uma adaga
Mas o que eu faço com este cavalo, nem com dinheiro me paga

Oiga-lhe matungo feio, lindo pra entrar num bochincho
Velhaco, passarinheiro, crinudo, meio pulincho
Dou lhe um banho e deixo limpo que nem ovo de pelincho
Lembro os primeiro galopes, credo em cruz, quase morro
Eu vinha torcendo o basto no meio de uns dez cachorro
Eu atravessando o maula, na guerra, nós dava aula
Roncando que nem bizorro

Despôs no meio da indiada, a risada era comum
Quando na taipa do açude o desgranado igual muçum
Só pra me deixar nas mágoas
Se sampou comigo não'água que chegou a fazer timbum
Encilho bem no capricho pra desfilar nem sei quando
Nas vilas, pelas cidades, faceiro se atravessando
Se me saca uma garrucha o boca seca se puxa bem na frente do bando!

Neste mundão desigual eu já quebrei muito queixo
Vivi que nem farroupilha, morro pobre e pouco deixo
Minha vida é no corredor puxando bagual no trecho
Quando dá o primeiro bufo eu sei o resto do desfecho
Pala reiúno sem cola, meu facão de meia folha
E um mango solteira grossa pra encher o maula de bolha
Depois de eu estar em riba, pode me sampar na úrtiga que ai
Aí não tem escolha
Eu peço ao Patrão do Céu que meu pangaré não manque

Quando eu cruzar retoçando bem na frente do palanque
Vou campear uma ventana boa de laço, cozinha e tanque
Que na garupa do matungo nem o penteado desmanche
E se não for uma Anita que seja uma papagaia, farrapa véia de saia
Pra aconchegar o teatino pra nós dois cantar os hinos
E juntos rondar a chama bailar grudado na grama mas isso é um sonho qualquer
Porque um pelego sem mulher é um coração que não ama!

Meu pangaré no palanque se ajoelha vendo as percanta
Esporeio nas virilha, enquanto eu miro uma santa
Nós somos dois farroupilha campeando guerra e bailanta
Enquanto ele relincha, de longe tô vejo a quincha da farrapa que me ama
E de a cavalo campeio a guexa o mal me quer me abandona
Me despacho pra um surungo, quero ver ela
Num pealo me pescociar no gargalo sem ter pose de senhora
Porque essas donas de agora querem rancho
Calmaria e eu só tenho as ventanias no lombo do meu cavalo

Não me venham com pilhas cola fina que a minha estampa é macha
E um ginete do Rio Grande deve nascer de bombacha
Sou do tempo do planchaço ás veiz é no vai ou racha
E eu só tiro pra bailar moçoilas que eu não me facha!

Talvez assim por ser pobre, meus recal são puro caco
Mas pra mim é de valia ás honraria eos trapos
Pois ao lutar contra os monarcas, os de riba
Os da realeza e arrastar nas tarimbas de pelegos os perfumes da princesa
Ando com uma lança farrapa enristada na minha alma
E quando o sangue me borbulha só uma peleia me salva
Sonho que tô na Batalha, a prenda me beija e me acalma
E acordo e cevo o mate acordando a estrela d'alva

Não baixo crista pra macho, nem que eu vá pros beleléu
Com beiçudo xucro me entendo e saímos de boléu
Por mim que voe por riba fico mais perto do céu
Sou descendente de Bento e só pra Deus eu tiro o chapéu!

Eu só quero um Sol de ouro e meia Lua de prata sou campechano
Sou livre nas três cores da minha pátria
Eu nasci solto de pata e nesta doutrina sou crente
Na prenda, no pingo e o Sul e esta bandeira é minha luz
Sou farroupilha pra sempre!

Elton Saldanha - Letras

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